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sábado, maio 20

TEORIA DO 'AMOR'

"Me diz, me diz, me responde por favor.
Pra onde vai o meu amor quando o amor acaba?"
Chico Buarque

Acho que não existe 'amor' (inicial minúscula com aspas). Não estou falando do Amor (inicial maiúscula sem aspas), aquele que a gente sente pelas nossas mães, pelos bons amigos, pela família e pelo nosso cão: Amor incondicional, desinteressado e lindo. Falo daquele 'amor' que as pessoas dizem sentir pelos namorados ou namoradas, enfim, alguém com quem você sente vontade de estabelecer um relacionamento afetivo sério. Este, que certamente não é incondicional, quase nunca é desinteressado e muitas vezes não é lá muito bonito.
A mim, me parece apenas uma superconfusão semântica, largamente alimentada pela carência das pessoas de coisas belas em que acreditar e se apoiar. Na minha teoria, essa confusão se dá envolvendo o Amor e a paixão. Digo isso porque vejo as pessoas dizendo que 'amam' quando estão apaixonadas, e dando a esse 'amor' as propriedades do Amor (quando a paixão acaba, se ainda houver relacionamento continuam chamando 'amor' a alguma coisa, não sei o quê, que geralmente não é nada mesmo).
A partir daí, a confusão está estabelecida. Considera-se por aí que um relacionamento envolve não duas, mas três partes: uma pessoa, um parceiro(a) e o 'amor' entre elas. Este 'amor', que existiria por si, seria capaz de operar sobre as pessoas e situações. Surgem então as sentenças e questionametos surreais: "Será que ele me 'ama'?" ou "Quem 'ama', confia", "O nosso 'amor' desgastou-se". É quase como acreditar em duendes.
No entanto, dá até pra entender, veja: dizer "O nosso 'amor' desgastou-se" é muito mais bonitinho e meigo do que dizer "Ele não se encaixa mais no perfil dos meus interesses para um relacionamento afetivo." Claro, já que vivemos num contexto onde você pode ser considerada uma "pessoa má" simplesmente por não ter uma boa razão pra terminar um relacionamento, culpe o 'amor'. Ele não está lá pra se defender mesmo. Além disso, ninguém quer sair por aí admitindo que fez outra pessoa sofrer e agora se sente melhor (o que não tem nada de errado, se não existir uma relação causal direta).
Há quem diga que eu penso essas coisas motivada por uma dolorosa desilusão 'amorosa', e que assim que me apaixonar de novo, mudarei de opinião. Note que o argumento opõe "desilusão 'amorosa'" a "me apaixonar de novo", e tenho dito.

3 Comments:

Blogger Unknown said...

Digamos assim... um "acordo de cavalheiros"???

sáb. mai. 20, 01:04:00 PM  
Blogger Giacomo said...

eu acho que o amor nao dura mais de 45 dias ou 69 copulas, o que vier primeiro....

seg. mai. 22, 01:24:00 PM  
Blogger amf said...

Concordo e assino em baixo.

seg. mai. 22, 02:10:00 PM  

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